Postado por mgsites em 27/nov/2021 - Sem Comentários
Sabe-se, e eu já me pronunciei em diversas ocasiões a respeito, que a obesidade é fator de risco e agravante para uma vasta lista de doenças e males que afligem as pessoas das mais variadas faixas etárias, desde a infância até a velhice. Uma dessas doenças é o câncer.
Observa-se que a obesidade provoca um estado inflamatório crônico do organismo, que estão relacionados à desregulação de mediadores bioquímicos e hormônios que podem promover o desenvolvimento e crescimento de células cancerígenas.
Esse aumento na produção hormonal estimula a velocidade e volume da divisão celular, o que aumenta o risco de surgimento de células cancerosas.
Particularmente nas mulheres que se encontram na menopausa, as células de gordura afetam a produção de estrogênio, estimulando as células da mama e do útero a se dividirem com maior frequência e favorecendo o desenvolvimento desses tipos de câncer.
Na verdade “câncer” não é apenas uma doença, mas sim uma terminologia que abarca dezenas de tipos diferentes de tumores que podem afetar um ou mais órgãos, glândulas e tecidos do corpo.
Um tumor é uma célula do seu corpo cuja divisão apresentou defeito, gerando uma célula tumoral. Essa célula não estando sujeita às limitações naturais de uma célula sadia, se alimenta em excesso, cresce além do que deveria e se espalha pela área, afetando órgãos e tecidos.
Quanto mais as células se dividem, maiores são as chances de se desenvolver algum tipo de câncer. Desta forma, condições que, como a obesidade, aumentam a velocidade de multiplicação celular que normalmente são fatores de risco para o câncer. A obesidade está, pelo menos, diretamente associada a vários tipos, como:
• Esôfago;
• Mama;
• Estômago;
• Pâncreas;
• Vesícula Biliar;
• Fígado;
• Intestino;
• Tireoide;
• Ovário;
• Endométrio;
• Meningioma;
• Mieloma múltiplo;
• Rins;
A cirurgia bariátrica e metabólica não é uma solução cosmética, a qual qualquer pessoa se submete, como uma plástica, por exemplo. As pessoas indicadas para o procedimento geralmente lutam contra a obesidade através de outros meios há anos, ao custo de uma baixa qualidade de vida e dos riscos que uma pessoa em tal condição está sujeito.
Nesse sentido, a cirurgia bariátrica e metabólica, promovendo o emagrecimento do paciente e, complementarmente, servindo de catalizador para a mudança do seu estilo de vida, também é uma arma importante no combate ao câncer.
27 de novembro, Dia Nacional de Combate ao Câncer.
Postado por producao em 23/nov/2021 - Sem Comentários
Em um estudo realizado por pesquisadores brasileiros, com apoio da Fapesp e publicado na revista referência na área, Obesity, foi observado o aumento de risco de complicações cardiovasculares em pacientes com Covid-19.
Esse aumento foi constatado analisando dados de 109 pacientes, de ambos os sexos de idade média de 51, internados no Hospital Estadual de Bauru e na Santa Casa de São Carlos, diagnosticados com casos moderados de Covid-19.
Foi identificado nesses pacientes um efeito deletério da capacidade endotelial, provocando ou agravando uma “disfunção endotelial”. Essa é uma condição caracterizada pela perda de capacidade dos vasos sanguíneos de se contraírem e relaxarem adequadamente, o que aumenta o risco de eventos cardíacos, como AVC, trombose e infarto.
Esses pacientes foram caracterizados no estudo, para se identificar quais seriam os fatores responsáveis por modular ou acentuar o dano endotelial, segundo Alessandro Domingues Heubel, o primeiro autor do artigo. A conclusão à qual se chegou foi que a obesidade foi o principal fator para o agravamento da disfunção endotelial em pacientes com Covid-19.
Para testar essa premissa, foram coletadas amostras de sangue em ocasião da internação dos pacientes, para parâmetro de comparação, e 72 horas depois a função endotelial foi avaliada. Esse teste foi realizado por “dilatação mediada pelo fluxo”, um método não invasivo que mede o diâmetro da artéria braquial por meio de um ultrassom vascular antes e depois de uma manobra que obstrui o fluxo sanguíneo no braço por alguns minutos.
Após a desobstrução foi observado que o retorno do fluxo endotelial, em pacientes com obesidade, foi muito abaixo do esperado. Foi feita a análise de todas as comorbidades dos pacientes, separadamente, para poder certificar-se que o resultado estava vinculado à obesidade e não a outro fator, chamada de “análise de regressão univariada”.
Assim foi constatado que quanto maior o índice de massa corporal (IMC) menor era a qualidade da função endotelial. Vocês podem conferir o estudo original no link abaixo para maiores detalhes.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/oby.23311
Postado por producao em 13/nov/2021 - Sem Comentários
Esse é realmente um tema muito interessante e pertinente. Antes de entrar em detalhes médicos, vale observar que a pessoa que cresce ou entra em estado de obesidade mais tarde na vida, frequentemente sofre preconceito.
E não é pouco e isso certamente impacta a vida emocional dessa pessoa. Tanto a depressão, como a obesidade estão fortemente relacionadas a predisposição genética e as similaridades não acabam por aí.
Vamos ver um estudo que analisa especificamente essa questão.
O ESTUDO
Foi constatado que, nas últimas décadas, tem havido um crescimento da quantidade de pessoas que tem depressão E distúrbios metabólicos (e o caminho contrário também), o que inspirou um estudo publicado na revista Jama Psychiatry analisando o tema:
“Genetic Association of Major Depression With Atypical Features and Obesity-Related Immunometabolic Dysregulations”
O estudo observou que a depressão está (não apenas, mas também) atrelada ao equilíbrio energético. A depressão pode então começar com uma infecção caracterizada pelo excesso de substâncias como PCR (proteína C-reativa), dentre outras, que afeta o hipotálamo, região do cérebro que controla o humor.
Outro marcador importante nesse estudo é a leptina, um hormônio que regula o apetite e a sensação de saciedade. É observado que, no paciente em crise de depressão, essas substâncias estão em desequilíbrio, podendo favorecer o desenvolvimento de sobrepeso e, no caminho inverso, em pessoas em estado de obesidade favorecer o desenvolvimento de depressão.
No estudo foi constatado que uma parcela relevante dos pacientes com depressão analisados, 11.837 pessoas, 15% deles sentiu aumento de apetite. Observando que claro, existem outros fatores, como predisposição genética, por exemplo. Mas a relação existe.
NEM TUDO ESTÁ PERDIDO
Mas nem tudo está perdido, gente. Esse estudo evidencia uma relação entre ambas as condições, mas não resumem o problema nem tampouco a solução dessa questão.
É observado que mudanças de hábito, como adoção de atividades físicas, citando um exemplo que abordo sempre nas minhas publicações ao abordar o tema da obesidade, pode fazer diferença também em pessoas com quadro de depressão.
O mais importante de tudo é tratar o assunto com seriedade, as pessoas com respeito e procurar ajuda de um especialista quando sentir que há um problema.
Postado por producao em 09/nov/2021 - Sem Comentários
Uma situação infelizmente muito comum é a que as pessoas normalizam sintomas no seu dia a dia, se acostumando com eles ao invés de reconhecê-los como sintomas e buscar tratamento para eles.
A tosse no refluxo é um exemplo clássico disso. Quando o suco gástrico em retorno é aspirado ou invade o esôfago, o corpo reage provocando a tosse para eliminar a substância.
Em caso de refluxo não controlado a tosse tende a durar mais de dois meses, normalmente acompanhada por azia, regurgitação e queimação no peito e garganta, outros sintomas frequentemente ignorados pelas pessoas.
Se sentir sintomas persistentes, não se auto medique, nem ignore o problema. Procure ajuda médica, o refluxo tem tratamento e sua qualidade de vida melhorará bastante a partir do momento em que você se ver livre dessa doença.
Dr. Rafael Valério
Cirurgia Geral e Cirurgia Bariátrica
Divinópolis e Região
Postado por producao em 03/nov/2021 - Sem Comentários
Esse é um tipo de opinião bastante comum de se escutar. A obesidade provoca uma série de efeitos nocivos à saúde, frequentemente gera ostracismo social, bullying na juventude, depressão e preconceito a vida toda. Ninguém se torna obeso por escolha própria.
Pode ser difícil para quem sempre foi magro, que não tem predisposição para engordar, para quem sempre teve uma rede de apoio e estímulo que o permitisse levar uma vida ativa e saudável, entender que outras pessoas não tenham o mesmo estilo de vida.
Como eu já disse diversas vezes, a obesidade é uma doença crônica e uma das suas características é justamente a incapacidade da pessoa de controlar o peso por conta própria.
A concepção de se ter uma vida saudável é um conceito recente na sociedade, apenas nas últimas gerações ferramentas como academias, dietas especializadas, valorização de uma boa alimentação se tornaram um assunto comum. Muitas pessoas simplesmente se veem sem a escolha de mudar o estilo de vida, devido a uma rotina de vida pesada e excesso de responsabilidades.
É essencial exercitar a empatia para com o próximo. E se você está em situação de obesidade, ou conhece alguém que o esteja, é importante procurar ajuda.
Dr. Rafael Valério
Cirurgia Geral e Cirurgia Bariátrica
Divinópolis e Região
Postado por producao em 01/nov/2021 - Sem Comentários
Os cálculos biliares, ou pedra na vesícula, em grande parte é provocada por herança genética. Uns mais do que outros têm uma predisposição ao acúmulo de sais e colesterol, que tornam a bile espessa, e promovem a formação dos cálculos.
E justamente por isso devemos ficar atentos, principalmente quem tem casos na família, aos outros fatores dos nossos hábitos que potencializam a formação de cálculos:
✅Alimentação rica em gorduras e carboidratos;
✅Dieta pobre em fibras;
✅Colesterol ruim alto;
✅Tabagismo;
✅Nível elevado de estrogênio;
✅Hipertensão e diabetes;
✅Sedentarismo.
Evitar as condições que favorecem a formação de cálculos biliares é a melhor prevenção à doença que existe.
Dr. Rafael Valério
Cirurgia Geral e Cirurgia Bariátrica
Divinópolis e Região