Postado por producao em 06/dez/2021 - Sem Comentários
Parece paradoxal, mas é a triste realidade. Ao mesmo tempo em que o mundo sofre uma preocupante epidemia de obesidade, quase metade da população sofre com má nutrição. Ambas condições são terríveis e assinalam profundas desigualdades na nossa sociedade.
E se você pensa que “o rico é o obeso e o pobre é quem sofre de má nutrição”, está bem enganado. De acordo com o Relatório de Nutrição Global (GNR) fundamentado em dados de diversas organizações internacionais como a Unicef, a OMS, dentre outras, cerca de 48% da população mundial ou comem muito, ou muito pouco.
Estima-se que quase 150 milhões de crianças menores de 5 anos sofrem de atrasos de crescimento. Se a informação indicasse 150 milhões de crianças desnutridas, já seria um dado terrível, mas não é tão simples. Enquanto mais de 45 milhões são magras demais, quase 40 milhões estão acima do peso. Vamos entender.
ATRASO NO DESENVOLVIMENTO
“Comer bem” é um assunto sério, principalmente no desenvolvimento da criança. Nosso organismo necessita de uma série de nutrientes e vitaminas para se manter em pleno funcionamento, mas na infância, vai além disso. A alimentação impacta o desenvolvimento físico e cognitivo da criança, muitos desses danos são irreversíveis.
Uma criança desnutrida tende a sofrer como fraqueza; sistema imunológico deficiente, contraindo e sendo vitimadas por doenças as quais deveria perdurar; má formação; cegueira; déficit de aprendizagem, atenção, leitura, memória e linguagem.
O adulto que sofreu com desnutrição na infância apresenta maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes. Além de tudo isso, qualquer déficit cognitivo na infância estará atrelado a um desenvolvimento profissional ou acadêmico prejudicado e menor mobilidade social.
OBESIDADE E DESNUTRIÇÃO
Apesar de a insegurança alimentar estar relacionada diretamente com a desnutrição infantil ou adulta, isso não significa que necessariamente essas pessoas comem pouco, embora, claro, signifique isso também. Um indivíduo obeso pode muito bem-estar mal alimentado, e normalmente o está.
O consumo exagerado de alimentos extremamente gordurosos, salgados ou açucarados, fast food, ultraprocessados e similares ao mesmo tempo que oferecem condições para o desenvolvimento da obesidade, também são pobres nutricionalmente, negando ao organismo aquilo que ele precisa e gerando saciedade.
O relatório aponta que enquanto nos países mais pobres as pessoas têm menor acesso e consumo de alimentos que promovem a saúde — verduras, legumes, grãos, proteínas magras, etc. — nos países mais ricos a população consome mais alimentos que proporcionam efeitos deletérios à saúde, como os que citei acima.
E assim convivem lado a lado a desnutrição e a obesidade em uma sociedade que tem urgência em aprender a se alimentar melhor e garantir aos menos favorecidos condições mínimas dignas de sobrevivência.
Fontes:
Quase metade da população mundial sofre de má nutrição
Como a alimentação impacta no desenvolvimento infantil | Labedu
Postado por producao em 23/nov/2021 - Sem Comentários
Em um estudo realizado por pesquisadores brasileiros, com apoio da Fapesp e publicado na revista referência na área, Obesity, foi observado o aumento de risco de complicações cardiovasculares em pacientes com Covid-19.
Esse aumento foi constatado analisando dados de 109 pacientes, de ambos os sexos de idade média de 51, internados no Hospital Estadual de Bauru e na Santa Casa de São Carlos, diagnosticados com casos moderados de Covid-19.
Foi identificado nesses pacientes um efeito deletério da capacidade endotelial, provocando ou agravando uma “disfunção endotelial”. Essa é uma condição caracterizada pela perda de capacidade dos vasos sanguíneos de se contraírem e relaxarem adequadamente, o que aumenta o risco de eventos cardíacos, como AVC, trombose e infarto.
Esses pacientes foram caracterizados no estudo, para se identificar quais seriam os fatores responsáveis por modular ou acentuar o dano endotelial, segundo Alessandro Domingues Heubel, o primeiro autor do artigo. A conclusão à qual se chegou foi que a obesidade foi o principal fator para o agravamento da disfunção endotelial em pacientes com Covid-19.
Para testar essa premissa, foram coletadas amostras de sangue em ocasião da internação dos pacientes, para parâmetro de comparação, e 72 horas depois a função endotelial foi avaliada. Esse teste foi realizado por “dilatação mediada pelo fluxo”, um método não invasivo que mede o diâmetro da artéria braquial por meio de um ultrassom vascular antes e depois de uma manobra que obstrui o fluxo sanguíneo no braço por alguns minutos.
Após a desobstrução foi observado que o retorno do fluxo endotelial, em pacientes com obesidade, foi muito abaixo do esperado. Foi feita a análise de todas as comorbidades dos pacientes, separadamente, para poder certificar-se que o resultado estava vinculado à obesidade e não a outro fator, chamada de “análise de regressão univariada”.
Assim foi constatado que quanto maior o índice de massa corporal (IMC) menor era a qualidade da função endotelial. Vocês podem conferir o estudo original no link abaixo para maiores detalhes.
https://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1002/oby.23311
Postado por producao em 13/nov/2021 - Sem Comentários
Esse é realmente um tema muito interessante e pertinente. Antes de entrar em detalhes médicos, vale observar que a pessoa que cresce ou entra em estado de obesidade mais tarde na vida, frequentemente sofre preconceito.
E não é pouco e isso certamente impacta a vida emocional dessa pessoa. Tanto a depressão, como a obesidade estão fortemente relacionadas a predisposição genética e as similaridades não acabam por aí.
Vamos ver um estudo que analisa especificamente essa questão.
O ESTUDO
Foi constatado que, nas últimas décadas, tem havido um crescimento da quantidade de pessoas que tem depressão E distúrbios metabólicos (e o caminho contrário também), o que inspirou um estudo publicado na revista Jama Psychiatry analisando o tema:
“Genetic Association of Major Depression With Atypical Features and Obesity-Related Immunometabolic Dysregulations”
O estudo observou que a depressão está (não apenas, mas também) atrelada ao equilíbrio energético. A depressão pode então começar com uma infecção caracterizada pelo excesso de substâncias como PCR (proteína C-reativa), dentre outras, que afeta o hipotálamo, região do cérebro que controla o humor.
Outro marcador importante nesse estudo é a leptina, um hormônio que regula o apetite e a sensação de saciedade. É observado que, no paciente em crise de depressão, essas substâncias estão em desequilíbrio, podendo favorecer o desenvolvimento de sobrepeso e, no caminho inverso, em pessoas em estado de obesidade favorecer o desenvolvimento de depressão.
No estudo foi constatado que uma parcela relevante dos pacientes com depressão analisados, 11.837 pessoas, 15% deles sentiu aumento de apetite. Observando que claro, existem outros fatores, como predisposição genética, por exemplo. Mas a relação existe.
NEM TUDO ESTÁ PERDIDO
Mas nem tudo está perdido, gente. Esse estudo evidencia uma relação entre ambas as condições, mas não resumem o problema nem tampouco a solução dessa questão.
É observado que mudanças de hábito, como adoção de atividades físicas, citando um exemplo que abordo sempre nas minhas publicações ao abordar o tema da obesidade, pode fazer diferença também em pessoas com quadro de depressão.
O mais importante de tudo é tratar o assunto com seriedade, as pessoas com respeito e procurar ajuda de um especialista quando sentir que há um problema.
Postado por producao em 09/nov/2021 - Sem Comentários
Uma situação infelizmente muito comum é a que as pessoas normalizam sintomas no seu dia a dia, se acostumando com eles ao invés de reconhecê-los como sintomas e buscar tratamento para eles.
A tosse no refluxo é um exemplo clássico disso. Quando o suco gástrico em retorno é aspirado ou invade o esôfago, o corpo reage provocando a tosse para eliminar a substância.
Em caso de refluxo não controlado a tosse tende a durar mais de dois meses, normalmente acompanhada por azia, regurgitação e queimação no peito e garganta, outros sintomas frequentemente ignorados pelas pessoas.
Se sentir sintomas persistentes, não se auto medique, nem ignore o problema. Procure ajuda médica, o refluxo tem tratamento e sua qualidade de vida melhorará bastante a partir do momento em que você se ver livre dessa doença.
Dr. Rafael Valério
Cirurgia Geral e Cirurgia Bariátrica
Divinópolis e Região
Postado por producao em 03/nov/2021 - Sem Comentários
Esse é um tipo de opinião bastante comum de se escutar. A obesidade provoca uma série de efeitos nocivos à saúde, frequentemente gera ostracismo social, bullying na juventude, depressão e preconceito a vida toda. Ninguém se torna obeso por escolha própria.
Pode ser difícil para quem sempre foi magro, que não tem predisposição para engordar, para quem sempre teve uma rede de apoio e estímulo que o permitisse levar uma vida ativa e saudável, entender que outras pessoas não tenham o mesmo estilo de vida.
Como eu já disse diversas vezes, a obesidade é uma doença crônica e uma das suas características é justamente a incapacidade da pessoa de controlar o peso por conta própria.
A concepção de se ter uma vida saudável é um conceito recente na sociedade, apenas nas últimas gerações ferramentas como academias, dietas especializadas, valorização de uma boa alimentação se tornaram um assunto comum. Muitas pessoas simplesmente se veem sem a escolha de mudar o estilo de vida, devido a uma rotina de vida pesada e excesso de responsabilidades.
É essencial exercitar a empatia para com o próximo. E se você está em situação de obesidade, ou conhece alguém que o esteja, é importante procurar ajuda.
Dr. Rafael Valério
Cirurgia Geral e Cirurgia Bariátrica
Divinópolis e Região
Postado por producao em 01/nov/2021 - Sem Comentários
Os cálculos biliares, ou pedra na vesícula, em grande parte é provocada por herança genética. Uns mais do que outros têm uma predisposição ao acúmulo de sais e colesterol, que tornam a bile espessa, e promovem a formação dos cálculos.
E justamente por isso devemos ficar atentos, principalmente quem tem casos na família, aos outros fatores dos nossos hábitos que potencializam a formação de cálculos:
✅Alimentação rica em gorduras e carboidratos;
✅Dieta pobre em fibras;
✅Colesterol ruim alto;
✅Tabagismo;
✅Nível elevado de estrogênio;
✅Hipertensão e diabetes;
✅Sedentarismo.
Evitar as condições que favorecem a formação de cálculos biliares é a melhor prevenção à doença que existe.
Dr. Rafael Valério
Cirurgia Geral e Cirurgia Bariátrica
Divinópolis e Região
Postado por producao em 25/out/2021 - Sem Comentários
A obesidade é uma doença crônica que afeta quase 1/3 da população, produzindo uma extensa série de efeitos negativos na qualidade de vida e saúde das pessoas.
Felizmente existe tratamento SIM para a obesidade.
Antes de tudo você precisa procurar ajuda médica. Existe um conjunto de etapas que serão verificadas e respeitadas para ajudar você a emagrecer através de mudanças na alimentação e atividades físicas.
Se forem detectadas comorbidades, se você já vem tentando emagrecer sem sucesso, se o grau de obesidade for um risco severo ou imediato à saúde (segundo critérios estabelecidos por órgãos de saúde) aí então será avaliada a indicação para a cirurgia bariátrica e metabólica.
Uma vez havendo essa indicação, uma nova porta se abre na vida do paciente ao submeter-se ao procedimento cirúrgico. É um processo que demanda tempo de adaptação, mas que gera resultado e garante saúde e qualidade de vida.
Se quer saber mais sobre cirurgia bariátrica e metabólica, conte comigo.
Dr. Rafael Valério
Cirurgia Geral e Cirurgia Bariátrica
Divinópolis e Nova Serrana
Postado por producao em 18/out/2021 - Sem Comentários
Se você sofre com refluxo gastroesofágico já deve ter chegado aos seus ouvidos que o refluxo pode evoluir para câncer, ou causa-lo. Seria essa informação verdadeira ou simples Fake News?
Então pessoal, essa informação, embora simplificada, é FATO.
Quando o refluxo não é controlado nem tratado, o constante retorno de suco gástrico para o esôfago provoca uma doença pré-cancerosa conhecida “Esôfago de Barrett”. Ele acontece quando a agressão constante do refluxo faz com que as células do esôfago sofram alterações.
Essa condição aumenta em 50 vezes o risco de se desenvolver câncer de esôfago, considerada o principal fator de risco para a doença.
Dr. Rafael Valério
Cirurgia Geral e Cirurgia Bariátrica
Divinópolis
Postado por producao em 13/out/2021 - Sem Comentários
O aumento de obesidade na população mundial, fenômeno que a comunidade médica considera sendo uma “epidemia de obesidade”, tem afetado também a população jovem, desde crianças como adolescentes.
Consequentemente cada vez mais jovens apresentam precocemente doenças que, normalmente, estão presentes apenas na população mais madura, como hipertensão, diabetes tipo 2, colesterol alto, etc.
No Brasil, a cirurgia bariátrica e metabólica surge então como uma opção de tratamento para os pacientes com idade entre 16 – 18 anos, mas os critérios para a indicação são mais rígidos do que para os adultos. Para operar, um adolescente deve:
✅Pacientes com índice de massa corporal (IMC) acima de 50 kg/m² independente da presença de comorbidade;
✅Paciente com IMC acima de 40 kg/m² se houver comorbidades;
✅Concordância dos pais ou responsáveis;
✅Presença de pediatra na equipe multidisciplinar;
✅Consolidação das cartilagens das epífises de crescimento dos punhos (observada por meio de RX dos punhos, que demonstra o completo desenvolvimento ósseo do paciente);
Dr. Rafael Valério
Cirurgia Geral e Cirurgia Bariátrica
Divinópolis
Postado por producao em 13/out/2021 - Sem Comentários
É importante entender que as condições citadas abaixo não criam o problema, mas podem desencadeá-los em quem já o tem. Então, sem mais delongas, essa afirmação é um:
FATO
Não apenas a forma, mas também as circunstâncias como deitamos podem desencadear um episódio de refluxo em quem sofre de refluxo gastroesofágico.
Essa doença é consequência do desgaste e relaxamento dos esfíncteres que devem impedir o retorno do conteúdo gástrico para o esôfago.
Se quem tem essa doença realiza práticas que provocam o refluxo, ele acontece. Quanto à forma de se deitar, podemos destacar como comportamento gatilho:
✅Comer em abundância antes de dormir;
✅Deitar-se menos de duas horas depois da última refeição;
✅Consumir alimentos gatilhos à noite;
✅Dormir virado sobre o lado direito ou de bruços.
Para evitar um episódio de refluxo noturno, se alimente de comidas leves, pelo menos 2 horas antes de dormir. Se dormir de lado, durma sobre o lado esquerdo e não o direito. E evite consumir os alimentos que lhe servem de gatilho para a doença.
Dr. Rafael Valério
Cirurgia Geral e Cirurgia Bariátrica
Divinópolis e Nova Serrana